Conheça os riscos respiratórios para quem já se livrou do Coronavírus

Covid-19 e as doenças respiratórias: conheça os riscos para quem já se livrou do coronavírus

Segundo Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Intersticiais Pulmonares do HC da Unicamp, os pacientes estão sujeitos a diversas alterações pulmonares, como por exemplo fibrose pulmonar 

 

São Paulo, 16 de novembro de 2020 – Quando surgiu (primeiro na China, na metade de 2019, depois na Europa, no início de 2020, e com força no Brasil a partir de março), a covid-19 era considerada uma doença respiratória altamente transmissível, mas pouco letal. Não se pensava, à época, que causasse danos a outros órgãos que não os pulmões. Também não se falava sobre possíveis sequelas que pacientes que desenvolviam a forma mais grave da doença, porém sobreviviam, poderiam apresentar. Tudo a respeito era muito novo, inclusive para médicos e cientistas.

Hoje, passado um bom tempo desde a detecção do primeiro caso no Brasil da moléstia (em 26/02, na capital paulista), o conhecimento acumulado sobre a covid, seu patógeno (o Sars-CoV-2) e em especial acerca de prejuízos de longo prazo que a doença pode legar às suas vítimas já é bem extenso.  “As pessoas, mesmo depois de se livrarem dos vírus, podem ter sequelas respiratórias sérias”, explica Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Intersticiais Pulmonares do HC da Unicamp. Macedo é graduado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Campinas, parte integrante da Universidade de Campinas.

“Nos pulmões, quando atingidos pela covid-19, surge uma pneumonia viral com acometimento dos alvéolos, o que compromete a troca gasosa feita pelo órgão. Em geral a função pulmonar se recupera por completo após a cura. Mas há a possibilidade de acometimentos mais sérios e por vezes permanentes”, explica.

Nos casos moderados e graves há maiores chances de sequelas, tais como:

* pulmonares – fibrose pulmonar

* vasculares – embolia de pulmão, AVC;

* cardíacas – miocardite, pericardite;

* de fundo emocional – ansiedade e depressão;

* outras – perda persistente do olfato, perda muscular, síndrome de fadiga crônica”.

O dr. Macedo afirma que diante de quaisquer sintomas da doença é importante buscar o atendimento com profissionais de saúde.


Sobre o Dr. Ronaldo Macedo
Ronaldo Macedo é pneumologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, tendo participado como Observer Fellow no Serviço de Transplante Pulmonar no Toronto General Hospital, no Canadá. Trabalha há quase 10 anos no Hospital de Clínicas da Unicamp, onde é coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas /Intersticiais (ambulatório de referência na Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), e no Hospital Vera Cruz / Campinas. É também professor da disciplina de Emergências Respiratórias na pós-graduação de Medicina de Emergência do Instituto Terzius. Para saber mais sobre o especialista, visite https://drronaldomacedo.com.br/

Conheça os riscos respiratórios para quem já se livrou do Coronavírus2021-01-26T17:38:23-03:00

Pneumologista de Campinas alerta sobre os cuidados para evitar a contaminação por Covid-19 neste fim de ano

Pneumologista de Campinas alerta sobre os cuidados para evitar a contaminação por Covid-19 neste fim de ano

Com o progressivo fim do isolamento, mesmo antes do término da pandemia, a prevenção é essencial para evitar a propagação do vírus; atividade física reduz risco de internação

Campinas, dezembro de 2020 – O número de casos de Covid-19 está aumentando não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Muitos estados e cidades que já estavam na fase verde recuaram para a fase amarela. Em Campinas, dados divulgados pela prefeitura mostram que o número de casos atualmente é de quase 50.000. A cidade está na fase amarela com 85,7% dos leitos de UTI ocupados

“No ponto de vista epidemiológico, era esperado que tivéssemos aumento no número de casos. Uma vez que o vírus continua circulante, além de termos mais pessoas fora de casa, na maioria das vezes em ambientes fechados como lojas, shoppings e restaurantes”, explica Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças PulmonaresDifusas/Intersticiais do HC da Unicamp.

 

O grande problema está sendo a aglomeração. Há muitos estabelecimentos que não respeitam a ocupação máxima estabelecida pelo governo, que é de 60%. E a população não está mais respeitando o distanciamento social. “Notamos que muitas pessoas cansaram, foi um ano difícil para todos. É difícil cobrar uma boa conduta, mas é a única forma que temos de evitar a propagação da doença, até que tenhamos a vacina”, comenta o pneumologista.

Com o progressivo fim do isolamento social, mesmo antes do fim da pandemia, é essencial manter os cuidados básicos para frear a propagação do vírus: usar máscara sempre, álcool em gel, evitar passar a mão no rosto, principalmente nos olhos, nariz e boca.

 

Além dos cuidados básicos, o especialista recomenda a prática de atividade física, seguindo todas as normas da OMS. Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, realizar 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana, reduz em 34,3% a chance de internação hospitalar pela Covid-19.

 

O que muitos perguntam é: quando isso vai terminar? A resposta é só uma: com a vacina. Ainda se espera pela aprovação no Brasil e mesmo com o início da aplicação em massa será necessário um tempo para que a imunização seja garantida. “O que podemos fazer até lá é continuar nos cuidando. Principalmente agora no final do ano, quando é comum as pessoas ficarem mais próximas e se reunirem, e isso pode causar um problema maior”, diz o Dr. Ronaldo.

“Evite aglomeração, mantenha contato apenas com as pessoas do seu convívio habitual, isso é o ideal. Além da vacina, a conscientização da população é o caminho para que cheguemos ao fim da pandemia”, completa o especialista.

Sobre o Dr. Ronaldo Macedo
Ronaldo Macedo é pneumologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, tendo participado como Observer Fellow no Serviço de Transplante Pulmonar no Toronto General Hospital, no Canadá. Trabalha há quase 10 anos no Hospital de Clínicas da Unicamp, onde é coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas /Intersticiais (ambulatório de referência na Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), e no Hospital Vera Cruz / Campinas. É também professor da disciplina de Emergências Respiratórias na pós-graduação de Medicina de Emergência do Instituto Terzius.

Pneumologista de Campinas alerta sobre os cuidados para evitar a contaminação por Covid-19 neste fim de ano2021-01-26T17:23:07-03:00
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